quarta-feira, 25 de julho de 2012

Legalidade Fajuta


No final do mês passado quando Fernando Lugo, Presidente do Paraguai, sofreu impchement relâmpago de menos de 30h não dando a menor condição de apresentação de defesa prévia, tanto nessa quanto em qualquer constituição de um Estado democrático representativo, ficou distinguível um novo modelo de golpe em democracias o uso do legislativo como ferramenta para maquiar qualquer referência a uma ocupação ilegítima. Isto se repetiu com Honduras, na deposição de Zelaia ano passado e no Brasil com a divulgação maciça da imprensa do mensalão do PT em que a direita vendo terreno fértil induziu o Vice-Presidente José Alencar a compactuar com uma conspiração palaciana para depor do governo o Presidente Luís Inácio Lula da Silva. (GENRO, 2012)
Na cidade de Gravataí, RS, na região metropolitana de Porto Alegre ocorreu uma ação do Legislativo local semelhante em que fora utilizada maioria de vereadores da Câmara para depor a Prefeita, Rita Sanco e seu Vice não dando oportunidade de apresentação de defesa sentenciando com impchement.
É real, a América Latina está sofrendo um novo modelo de assédio da direita conservadora, em que abandona suas armas literais, muito usada em décadas passadas, para conduzir o legislativo pela tomada de posição a favor de projetos de ideologia neoliberal. Estes golpes apresentam uma certa relação: Estados democráticos em vias de consolidação presididas por representantes de entidades de centro-esquerdas com promoção de relativo desenvolvimento social; ocorrência de trauma político manchando a imagem do representante; e Legislativo interessado na deposição. (GENRO, 2012)
O objetivo dos golpes militares das décadas de 60 e 70 na A.L. era depor presidentes que colocavam em prática o desenvolvimento social, educação de qualidade, saúde e etc; se manter no poder até restabelecer suas prerrogativas; e moldar constituições para manter ideologia neoliberal. Tiveram sucesso, em parte, porque as mídias de divulgação imediatas se limitavam a TV e Rádio. Hoje, se desenvolveu uma estrutura midiática complexa, tais como redes sociais, blog's, revistas e periódicos on-line, impossibilitando a manutenção de qualquer ditadura de pé por muito tempo. 
No Brasil a Ditadura Militar conseguiu se prevalecer nas decisões da construção da Constituição 1988 por não ser claro na política adotada na sua não regulação e omissão. Isto fica claro, com a omissão do STJ, Câmaras dos Deputados e Senado em rever Lei da Anistia, que absolve de culpa crimes políticos cometidos no Regime Militar.
A sociedade civil interessada em desenvolver a democracia precisa organizar-se para elaborar, cada organização individualmente, plano contra golpe, como o da Legalidade de 1961. Basta estabelecer uma metodologia particular para definir as ações de mobilizações: Entrar em contato com todos os integrantes do grupo; entrar em contato com grupos não filiados que manifestam a legalidade; ir as ruas; e etc. Isto garantiria, em tese, a impossibilidade da direita conservadora alcançar suas finalidades.
Referências Bibliográficas:
Jornal on-line, Sul21 “Um golpe de novo tipo” de Tarso Genro 25 de junho de 2012