sábado, 7 de abril de 2012

50 anos da Legalidade e a omissão dos meios de massa sobre o tema


50 anos da Legalidade e a omissão dos meios de divulgação sobre o tema



No dia 27 de setembro deste ano se comemorou o quinquagésimo aniversário do movimento pela legalidade que foi responsável pela resistência ao golpe militar fracassado de 1961 encabeçado por alguns setores da elite militar. Tal episódio, a comemoração, teve pouca ou nenhuma repercussão nacional. Lamentável, pois se trata de um acontecimento que não só envolveu o País em nome da legalidade, ou quer dizer, que a Constituição seja respeitada ao reconhecer a sucessão do vice-presidente João Goulart; que foi eleito por voto direto e se encontrava em pleno exercício de suas funções como também envolvendo camadas distintas da sociedade em nome de uma única causa, o cumprimento de uma lei, algo não registrado até aquele momento, na América Latina.
No dia 24 de agosto de 1961 Gov. Lacerda em uma emissora de TV, acusa o Pres. J. Quadros de convida-lo a dar um golpe no sistema democrático. No dia seguinte, alegando haver “forças coutas” que impedem sua governabilidade o Pres. Quadros renuncia, talvez em decorrência da repercussão negativa da calúnia do Gov. da Guanabara, não se sabe ao certo. Conforme a Constituição 1946, então, em qualquer situação que impossibilite do presidente governar é empossado o vice-presidente. Como o Vice-Presidente se encontrava em viagens diplomáticas à China os ministros militares põe em vigor o estado de sítio nomeando o Pres. Da Câmara Federal Ranieri Mazzili e ameaçam derrubar o avião do Vice-Pres. Golart, caso voltasse ao Brasil.
Apesar do Jango não ter ligações com partidos comunistas era rotulado como esquerdista em decorrência de inúmeras políticas para diminuir as desigualdades que defendeu desde a época que fora ministro do trabalho do Pres. Vargas.
O Governador Leonel Brizola, Rio Grande do Sul, toma conhecimento e começa a entrar em contato com diversas personalidades militares inclusive com General Costa e Silva, em uma discussão forte, Brizola se posiciona pela Legalidade. Põe em alerta máximo a Brigada Militar; reúne secretários e arma simpatizantes da Legalidade. Entra em contato com a rádio Guaíba, a única que não teve seus aparelhos radiofônicos lacrados pelo exército e o transforma em rádio estatal, juntamente com outros profissionais de outras rádios de POA, passam a colaborar pela legalidade. Com isto, nos porões do palácio Piratini, é transmitida a rádio da Legalidade. Tal ação, ganhou proporções gigantescas, sendo retransmitida para 104 emissoras de rádios no Brasil, Argentina, Uruguai, países europeus e Ásia ao vivo via telefone. Além do Rio Grande do Sul e do Estado de Goias teve simpatizantes argentinos, em Corrientes, se disponibilizando para resistir em favor da Legalidade.
O Governador de Goias, em 1961, o tenente-coronel do Exército Mauro Borges tomou conhecimento do episódio quando se encontrava em São Paulo em uma conferência da Liga de Defesa Nacional e se dirigiu as pressas ao seu estado, ordenando ao secretário da segurança a preparação de sua chegada. De imediato apoiou e se aliou ao marechal Teichera Lott em nome da defesa da legalidade. Quando soube do posicionamento do Gov. Brizola passou a utilizar um avião para fazer a comunicação entre os dois estados com informações. Além do Rio Grande do Sul e Goias outros estados como Piauí, com Chagas Rodrigues; do Paraná, com Ney Braga; da Bahia com Juracy Magalhães; e Paraíba Pedro Godim, aderiram ao movimento.
Os ministros militares decidem aniquilar o foco de resistência ordenando o III Exercito a Porto Alegre e chegando lá o general Machado Lopez se depara com os revoltosos, comove-se e adere ao movimento. Os ministros militares ordenam que a base aérea de Canoas bombardeasse o palácio Piratini e neste mesmo momento é surpreendida por uma insurreição de dentro, os sargentos e outro praças tomaram o poder e permitiram a ocupação do III Exército em favor da Legalidade. Os ministros militares convocam diversos batalhões em vários Estados brasileiros e todos se negaram a ter que aniquilar os revoltosos. Não tendo outra opção é reconhecida a posse do Vice-Pres. Goulart com tanto que fosse exerce-la na forma parlamentar.
Os ministros militares ficaram pasmos com tal movimento da sociedade que não ocorreu somente no Rio Grande do Sul e Goias mas diversas emissoras de rádio espalhadas pelo Brasil, Argentina, Europa e Ásia e outras entidades não governamentais aderiram em favor da legalidade. E apesar de tudo isto, os meios de comunicações como Blog's, sites, jornais e livros de história do Brasil tem menosprezado e até mesmo alterando acontecimentos do movimento para atender seus interesses particulares.
  • Meios de comunicação como o Brasil Recente de Carlos Fico que tem como principal assunto os acontecimentos que deu origem ao golpe 64 não abordaram o episódio.
  • Historia do Brasil uma interpretação de Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota, Editora Senac SP com mais de mil paginas sobre a história do Brasil concede um paragrafo para menciona-la.
  • Os sites Cultura Brasileira do Jornal do Brasil e militar.com.br de autor desconhecido qualificam o movimento como corrupto e comunista pois, segundo estes, um movimento que visava tentar provocar um golpe no sistema democrático.
    Por que o Movimento da Legalidade é tão pouco lembrado?
Referências Bibliográficas:
Apoiam ao golpe 64: militar.com.br; culturabrasileira.org do Jornal do Brasil
Ignoram a importancia da Legalidade:Blog professoreduardolima.blogspot.com; antinovaordemmundial.com; brasilrecente.com.br; blogdoivaldoshow.blogspot.com; A Extraordinária História do Brasil - Universo dos Livros; História do Brasil uma interpretação - Senac-SP; Jornal Nacional – Rede Globo.
Abordam o assunto Legalidade: historianet.com.br; legalidade50anos.blogspot.com; sul21.com.br; rsurgente.opsblog.com
Postado em gravataiagonizza.criarumblog.com 19/08/11 de mesmo autor, Edgar Dornelles.

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