sábado, 7 de abril de 2012

Curso para Serventes


Na quarta passada, assisti uma palestra dirigida à auxiliares de serviços gerais fazendo valer um pedido que, por acaso, viera da escola que trabalho. Uma de nossas colegas sugeriu no PPP que se fizesse um curso para equipar os funcionários da cozinha com informações pertinentes ao seu trabalho. No entanto, o que assisti, foi completamente de antemão ao que fora proposto.
As quatro palestrantes, no meu entender, não trousseram nada de real importância para o aprimoramento e capacitação de funcionários da limpeza e cozinha, pelo contrário, fizeram questão de legitimar certos vícios que a classe é submetida. A primeira, frisava a importância e o carinho de funcionários pela escola; a segunda e a terceira levantaram questões como considerar o funcionário como um educador pois, segundo elas, tem a obrigação em oferecer apoio e suporte ao professor em aula e a orientação de alunos na ausência desse; a quarta elaborou jogos criativos para ajudar os participantes a entender melhor a questão sobre direitos e deveres de funcionários de escolas públicas que, no meu entender, fora bastante coerente com que se propunha.
A terceira palestrante tratou das origens da função do auxiliar de serviços gerais que, segundo ela, teve origem com os jesuítas na Idade Média entre 1500 e 1600 (correção: o fim da Idade Média é 1453 queda de Constantinopla; neste período não existiam escolas oficiais nas colônias portuguesas; os jesuítas só passaram a catequizar e educar os índios, de forma regular, a partir do século XVIII).
Na realidade, já na Idade Antiga era regular em instituições de ensino a função do que é hoje a do auxiliar de serviços gerais. Estes funcionários, em sua maioria, eram de propriedade particular ou estatal adquiridos com o uso da força, em guerras, tornando cativos os vencidos ou por meio de dívidas e uma minoria assalariados. Direitos humanos não eram questões de discussão nas instituições públicas de segurança, somente a dos patrícios para os romanos; guerreiro para os espartanos; cidadãos para os atenienses em torno de 2% a 10% da população em geral dependendo da nação, o resto era marginalizado. Direitos trabalhistas seria piada. Tais indivíduos, sofriam inúmeros tipos de abusos a começar pela sua aquisição: marcava-se a ferro em brasa nas maças dos rostos do cativos; jornadas de trabalho exaustivas de 21h em muitos casos; sofriam abusos sexuais, físicos e morais e sem falar de que não existia idade mínima para a função. Eles eram chamados de diáconos do grego que para o português é o equivalente à servente, serviçal ou servo; palavras de mesma origem. A propósito, servente, era a designação oficial do que é agora o auxiliar de serviços gerais até os anos 80 no município de Gravataí RS.
O que deveria ser exposto, no meu entender: higiene no ambiente de trabalho: como desinfectar objeto, utensílios e espaço a ser limpo; como evitar o contágio de enfermidades. Lesões provenientes do mau uso ou excesso do esforço físico: como evitar. A atitude quanto a ciência de que algo prejudicou, prejudica ou prejudicará qualquer, no ambiente escolar: quando testemunha violência. CLT, ESMG e ECA: o que fazer quando lhe é designado atividade ilegal. Participação no Concelho Escolar, tratado pela segunda palestrante.
Desta forma, o funcionário estará capacitado para exercer a função de limpeza no seu ambiente de trabalho. Tornando agradável o espaço designado para o ensino e orientação dos alunos exercido exclusivamente pelo professor.
Postado em gravataiagonizza.criarumblog.com em 02/10/11 de mesmo autor, Edgar Dornelles.      

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