Na quarta passada,
assisti uma palestra dirigida à auxiliares de serviços gerais
fazendo valer um pedido que, por acaso, viera da escola que trabalho.
Uma de nossas colegas sugeriu no PPP que se fizesse um curso para
equipar os funcionários da cozinha com informações pertinentes ao
seu trabalho. No entanto, o que assisti, foi completamente de antemão
ao que fora proposto.
As quatro palestrantes,
no meu entender, não trousseram nada de real importância para o
aprimoramento e capacitação de funcionários da limpeza e cozinha,
pelo contrário, fizeram questão de legitimar certos vícios que a
classe é submetida. A primeira, frisava a importância e o carinho
de funcionários pela escola; a segunda e a terceira levantaram
questões como considerar o funcionário como um educador pois,
segundo elas, tem a obrigação em oferecer apoio e suporte ao
professor em aula e a orientação de alunos na ausência desse; a
quarta elaborou jogos criativos para ajudar os participantes a
entender melhor a questão sobre direitos e deveres de funcionários
de escolas públicas que, no meu entender, fora bastante coerente com
que se propunha.
A terceira palestrante
tratou das origens da função do auxiliar de serviços gerais que,
segundo ela, teve origem com os jesuítas na Idade Média entre 1500
e 1600 (correção: o fim da Idade Média é 1453 queda de
Constantinopla; neste período não existiam escolas oficiais nas
colônias portuguesas; os jesuítas só passaram a catequizar e
educar os índios, de forma regular, a partir do século XVIII).
Na realidade, já na
Idade Antiga era regular em instituições de ensino a função do
que é hoje a do auxiliar de serviços gerais. Estes funcionários,
em sua maioria, eram de propriedade particular ou estatal adquiridos
com o uso da força, em guerras, tornando cativos os vencidos ou por
meio de dívidas e uma minoria assalariados. Direitos humanos não
eram questões de discussão nas instituições públicas de
segurança, somente a dos patrícios para os romanos; guerreiro para
os espartanos; cidadãos para os atenienses em torno de 2% a 10% da
população em geral dependendo da nação, o resto era
marginalizado. Direitos trabalhistas seria piada. Tais indivíduos,
sofriam inúmeros tipos de abusos a começar pela sua aquisição:
marcava-se a ferro em brasa nas maças dos rostos do cativos;
jornadas de trabalho exaustivas de 21h em muitos casos; sofriam
abusos sexuais, físicos e morais e sem falar de que não existia
idade mínima para a função. Eles eram chamados de diáconos do
grego que para o português é o equivalente à servente, serviçal
ou servo; palavras de mesma origem. A propósito, servente, era a
designação oficial do que é agora o auxiliar de serviços gerais
até os anos 80 no município de Gravataí RS.
O que deveria ser
exposto, no meu entender: higiene no ambiente de trabalho: como
desinfectar objeto, utensílios e espaço a ser limpo; como evitar o
contágio de enfermidades. Lesões provenientes do mau uso ou excesso
do esforço físico: como evitar. A atitude quanto a ciência de que
algo prejudicou, prejudica ou prejudicará qualquer, no ambiente
escolar: quando testemunha violência. CLT, ESMG e ECA: o que fazer
quando lhe é designado atividade ilegal. Participação no Concelho
Escolar, tratado pela segunda palestrante.
Desta forma, o
funcionário estará capacitado para exercer a função de limpeza no
seu ambiente de trabalho. Tornando agradável o espaço designado
para o ensino e orientação dos alunos exercido exclusivamente pelo
professor.
Postado em
gravataiagonizza.criarumblog.com em 02/10/11 de mesmo autor, Edgar
Dornelles.
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