Ao longo da história
houve diverso eventos naturais que preponderaram na mudança da
atividade humana: terremotos, dilúvios, tsunames e outros fenômenos
catastróficos manobraram ações e eventos significativo de nossa
sociedade. Um destes, sem dúvida, foi responsável pela acensão da
hegemonia inglesa no final do século XVI. Trata-se da tentativa
fracassada de invasão espanhola a Inglaterra na ilha Gra-Bretânia.
Ao atravessar o canal
da Mancha, a Armada Espanhola se depara com o policiamento inglês em
sua costa que a intercepta com um ataque veloz mas sem resultados
significativos. Os espanhóis ancoram em Calais com a intenção de
esperar reforço para ocupar seu rival. Os britânicos sem munição
atacam ao anoitecer utilizando os brulotes, embarcações não
tripuladas, propositadamente incendiadas e aproveitam a correnteza e
o vento favorável. Não tendo outra alternativa, são forçados a
arrancar suas ancoras para desviar destas embarcações
incandescentes. Na fuga, os espanhóis são obrigados a contornar a
ilha saxônica para retornar a sua terra de origem com reforços e
equipamentos pois ao sul os ingleses ancoraram e os ventos mantinham
seu trajeto em direção ao norte . Ao chegarem na ilha irlandesa são
surpreendidos por uma tempestade. O procedimento, nesta situação, é
ancorar e esperar ventos mais brandos, mas estavam impossibilitados
de pô-lo em prática, pois haviam cortados suas cordas que fixavam
suas ancoras para escapar de ataque com brulotes no início do
combate. O resultado, naus desgovernadas indo ao encontro das rocha
dos paredões irlandeses; 20 mil marinheiros mortos e mais da metade
de sua frota comprometida.
Mesmo sem munição,
obtiveram sucesso ao derrotar seu invasor utilizando recursos
naturais como os ventos e a correnteza marítima com os brulotes;
obrigando-os a contornar sua costa para aproveitar ventos favoráveis
e ao enfrentar uma tempestade suas embarcações são jogadas nos
paradões irlandeses pois haviam arrancado suas ancoras para fujir do
ataque anterior. Isto mostra que os fenômenos naturais são
preponderantes nas mudanças históricas de nossa sociedade.
Hoje, por outro lado, a
interferência se dá de forma inversa, mas causando o mesmo
resultado, a intervenção da predestinação de nossa espécie e
nicho ocupado. Poluímos o solo que produz nosso alimento;
contaminamos o ar e envenenamos nossos rios, a propósito, este será
nosso principal foco de debate, mais precisamente no rio Gravataí e
seus afluentes, apontando problemas e propondo soluções
sócio-ambientas e política gestorial. Este, por sinal, é o rio
mais poluído da bacia do Jacuí recebendo os dejetos de mais de
2milhões de pessoas ao longo de suas margens e que fornece água
para três cidades grandes do nosso Estado. O resultado desta
interferência se reflete nos índices alarmantes que climatologista
prognosticaram para o início deste milênio: o aumento de gases
estufa como o metano e o monóxido de carbono aumentará a
temperatura na atmosfera que implicará na elevação da temperatura
do Pacífico que desencadeará o efeito El Niño em proporções
gigantescas; causará desgelo da Antártida suspendendo o nível dos
oceanos e tirando do mapa grandes cidades litorâneas, nações e
ilhas com nível inferior a 3m. Mudanças macro-sociais serão
inevitáveis.
Postado em
gravataiagonizza.criarumblog.com em 11/10/11 de mesmo autor, Edgar
Dornelles.
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