sábado, 7 de abril de 2012

O Ecossocialismo na Vanguarda contra o Capital


Na tarde de sábado de 28 de janeiro com início as 13h deu-se uma palestra, organizada pelo PSOL no Fórum Social Temático, com um tema inovador, utilizado por este blog, a associação de discussões sociais com propostas ambientais inserida na esfera política, o ecossocialismo, que veio para lucidar cidadãos participativos preocupados com o futuro próximo que os aguardam. Por se tratar de um conceito novo as argumentações ainda carecem de maior embasamento. No entanto, por abordar problemas que exigem soluções imediatas, esta nova forma de olhar nosso ambiente, no sentido mais amplo da palavra, não só considerando a flora e a fauna mas também a sociedade que por esta se sustenta, torna urgente suas discussões. Eduardo, no final da palestra se comprometeu a responder algumas pergunta não esclarecidas por e-mail. 
Antônio Ruas, professor da UERGS de Gestão Ambiental, abre o “simpósio” dando enfase na questão da justificativa dos capitalistas que usurpam recursos limitados com a desculpa do desenvolvimento, que na realidade é restrita a uma pequena parcela da sociedade. Pedro Ruas, ex-candidato a governador do RS nas eleições passadas, menciona a questão do poder que corrompe as pessoas que alcançam, mas não esmiúça a indagação. Eduardo Luiz Ruppenthal, biólogo e professor do ensino público, traz a tona o assunto dos transgênico, do Código Florestal Brasileiro, da transposição do rio São Francisco e de um suposto projeto para construir 40 usinas termo nucleares. Segundo ele, os transgênicos são legalizados; o CFB permite o desmatamento e a tranposição serve apenas para abastecer latifúndios. E finalizando com Caio que enfatiza a importância da reciclagem do lixo.
A desculpa do desenvolvimento, bem ressaltado por Antônio Ruas, sempre esteve nos discursos neoliberalista, bem como, a produção de frente de trabalho e a arrecadação de impostos, no entanto, bem se sabe que tais alegações nada mais serve do que para sufocar criticas de setores não governamentais que se preocupam com a produção de riquezas numa ótica sustentável. Para estes novos capitalistas o desenvolvimento desenfreado, principalmente em suas dependências externas, digo, países periféricos, é tocado sem nenhuma consideração com seus efeitos a médio e longo prazo. O objetivo é produzir o máximo, ignorando os prejuízos que a vida ambiental e a sociedade, que dela depende direta ou indiretamente, possam sofrer. Para tanto, se vinculam a setores que se beneficia com o enriquecimento vertical, a mídia corporativa, que é mantida pelas grandes empresas.
Pedro Ruas, tocou num assunto bastante interessante, “o poder corrompe”. Vários socialista, que no regime militar, foram submetidos aos mais selvagens tratamentos resistindo para não subverter suas convicções e entregar seus companheiros se rendem as sedutoras lacunas que só a democracia representativa pode oferecer, a corrupção em nome da governabilidade. Foi o que ocorreu em 2005, alguns integrantes do governo, para dar segmento da aprovação de projetos sociais, se viram sucumbidos a ter que “molhar a mão” de deputados de oposição, com perfil corrompível, provocando descrença na proposta socialista na ética de suas ações. Pedro, não se deu conta que estará submetido as mesmas situações caso eleito fosse: perca da governabilidade, caso não alcance a maioria no legislativo; oposição injusta e brutal da mídia corporativa, que sem dúvida não verá vantagem de Vossa posse.
Eduardo Ruppenthal no tocante aos transgênicos relata que o Estado não só permite como também incentiva a produção agrícola com transgênicos. É preciso ressaltar uma questão. Logo depois que a União Europeia se posicionou contra a importação de semente geneticamente modificada alegando, conscientemente, que não se sabe os riscos provocados pela manipulação de seu código genético, o Brasil, com interesses comerciais adere ao embargo deste produto, no entanto, seu vizinho, a Argentina se interessa pela importação. Como as drogas ilícitas transitam com facilidade o contrabando de cementes transgênicas não poderia ser diferente. A União, desta forma, optou por ignorar a decisão de não aceitar cementes trans.
Quanto ao Código Florestal, Eduardo afirma que foi elaborado para anistiar desmatadores. Na realidade o Código anistia apenas quem desmatou até 2008, pois o anterior permitia o desmatamento para avançar na produção agropecuária. As APP's é outra questão controvertida, pois permite sua ocupação desde que não incorra em risco para aqueles que se instalam, para a produção agrícola, continua sendo proibida.
Quanto a transposição do rio São Francisco, o Eduardo, não apresentou projeto alternativo que irrigue o sertão mais necessitado deste recurso. O que é divulgado na mídia é que as obras estão paradas pois a empreiteira concluiu que o valor da licitação ultrapassaram os gastos da obra.
O suposto projeto de construção de 40 usinas termo nucleares nos próximos anos, apresentado por Eduardo, cai por terra, pois sua construção é cara e arriscada, além do mais, o País tem um grande potencial hídrico energético que é muito mais barata. Uma usina nuclear pequena não sai por menos de U$30 bilhões e se fosse real, num período de 10 anos comprometeria o orçamento da União em 10% de sua arrecadação e se igualaria a China no fornecimento de energia nuclear. A realidade é que o Brasil tem em funcionamento duas usinas deste tipo e outra em construção com um projeto num futuro distante a construção de mais três, para fornecer em torno de 10% de energia, obtendo assim uma diversificação da eletricidade e diminuir riscos de apagões.
É preciso deixar claro que o Gravataí Agonizza não concorda com a proposta eco social apresentada pelo governo, no entanto, é fundamental apresentar críticas e fatos coerentes pois as pessoas não são desenformadas. Há a necessidade urgente de se afinar e aperfeiçoar a argumentação critica a estes enganos como os transgênicos; a construção de novas usinas termo nucleares; a usina de hidro elétrica de Belo Monte e do rio Madeira que irá desalojar povoados, indígenas e desmatar uma extensão superior a cidade de São Paulo.
Postado em gravataiagoniza.criarumblog.com em 11/02/12 de mesmo autor, Edgar Dornelles.        

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